Introdução:
Era do conhecimento público a gravidade da situação porque a Associação estava a passar. Embora conhecendo alguns prós e contras, depois de muitos pedidos, não decidi formar e apresentar a Comissão Administrativa para apenas se ir gerindo números (só por si nada fácil) mesmo durante o prazo máximo de seis meses, período em que se deva apresentar uma nova lista candidata aos Órgãos Sociais, por forma a convocar a Assembleia Geral de Sócios, mas sim para enfrentar os problemas com soluções possíveis, partindo do principio que sem desafios não há evolução.
Em abono da verdade se deva dizer que grande parte da população apenas se preocupa com os Bombeiros quando precisa dos seus serviços. Assim sendo; em nome da Associação entendo dever fazer uma descrição das razões que me levam às fortes convicções e, decorrido um mês após a tomada de posse apresentar um relatório.
Por um lado, ao Governo, à Hierarquia de Comando às Associações às Câmaras Municipais, cabe ir encontrando alternativas soluções mesmo. Porém não parece ser com remendos legislativos feitos nos e por gabinetes, salvo melhor opinião, quantas vezes em desconformidade com a realidade de que a formação de base e continua são um exemplo. A tendência será o profissionalismo. A forma será a que melhor for entendida por cada Município uma vez que o Presidente de Câmara é considerado o responsável pela Proteção Civil Local. O recurso às Equipas de Intervenção Permanente ajuda mas não resolve. Deveriam ser constituídas por um número de elementos suficientes para garantir o socorro 24 horas por dia bem como os direitos individuais.
Por outro, não há Associação sem Bombeiros nem Bombeiros sem Associações. Pelo País um dos maiores problemas tem sido não saberem respeitar o papel de cada um e meterem-se nas ações uns dos outros, sendo mais fácil fazer cair uma Direção do que o Comandante do Corpo Ativo, quando os Comandantes são propostos á Hierarquia pelas Direções enquanto as Direções são eleitas pelos Sócios da Associação. O Voluntariado há muito que vem tendo os dias contados e o modelo de gestão esgotado porque atingiu elevados valores e responsabilidades. Nos dois planos é necessária a presença diária de quem pode e deve decidir. Cada vez mais há bombeiros que simultaneamente são funcionários e, como tal sujeitos á disciplina do Corpo Ativo e às Regras enquanto Funcionários. Em qualquer dos casos Invocam mais os direitos do que se preocupam em cumprir os deveres, o que provoca instabilidade, indisciplina, conflitos mesmo.
Desenvolvimento:
Problemas sempre houve e continuará a haver. No caso, dos 75 anos de História da Associação, que haja e tenha direto conhecimento, nunca a Associação tinha passado por tamanha e tão grave crise quer nos Órgãos Sociais quer no Comando e no Corpo Ativo.
O passado recente, naquilo que teve de positivo deve ter-se presente. Nos últimos tempos e de forma abrangente o bastante que houve de negativo deve ser ultrapassado. As ações ficam com quem as toma. O que não se deve trazer para dentro da Associação são os problemas de fora e muito menos os de cada um. Daí o agravar da instabilidade, consequentemente da indisciplina e da desorganização. Obviamente que agora não é tarefa fácil tentar-se reorganizar, não só porque as pessoas são pouco recetivas às mudanças mas também porque os vícios são muitos.
Perante tal situação, as circunstâncias obrigam a terem que ser tomadas medidas em conformidade. Como tal, tendo em vista de no mais curto espaço de tempo nos fixarmos nos fins e objetivos para que a Associação fora criada; sabendo que os tempos e as pessoas são outras; que o espírito de Voluntariado e de Serviço Cívico se têm vindo a perder; decidimos adotar um diferente Modelo de Gestão e o ter que passarem a ser Cumpridas as Regras por parte de Todos.
O que importa é que presentemente a Comissão Administrativa e o Comandante, em conjunto e equipa, temos vindo a Reunir com Todos Internamente numa tentativa de com bom senso clareza objetividade serem encontradas soluções harmoniosas e atingidos consensos inclusive por se considerar que a Associação vai sendo uma das maiores Instituições sem fins lucrativos empregadoras do Concelho, a maior em complexidade pelas razões expostas.
Os direitos são garantidos mas os deveres também passam a ter que ser cumpridos.
Neste período, sem horário mas muitas horas dia e noite, com efeitos nas vidas pessoais e familiares, os únicos que se propuseram e estão a prestar Serviço Cívico (Custos Zero) á Comunidade somos nós Comissão Administrativa.
Desde que tomamos posse, em abono da verdade se deva dizer que pela primeira vez está a ser posta em prática uma ação planeada e organizada que passa pelo “abrir as portas” do Quartel á População e, pessoal e diretamente ir ao encontro da Sociedade Civil e Militarizada;
Sempre em conjunto Comissão Administrativa e Comandante e, a nosso pedido, reunimos com os Srs. Presidente e Vice- Presidente da Câmara Municipal, a quem manifestamos as nossas preocupações, demos opiniões e, propusemos intenções no sentido da imagem, da prestação do Socorro e Serviços á população; Com o Comando Distrital dos Bombeiros, em Portalegre, foi feito um ponto da situação; Seguidamente temos vindo a reunir nomeadamente com as seguintes Instituições ou Entidades Públicas e Privadas Locais:
Srs. Diretores do Agrupamento de Escolas de Alter do Chão; Sras. Diretoras da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão; Srs. CMDT e Adjunto do Posto da GNR; Sr. Advogado Avençado; Sras. Diretora Coordenadora e Chefe de Enfermagem da Unidade de Cuidados Continuados; Sr. Provedor e Sra. Diretora Geral da Santa Casa da Misericórdia; Sra. Diretora, Sr. Chefe de Enfermeiros e Sra. Chefe dos Serviços Administrativos do Centro de Saúde; Srs. Presidentes das Juntas de Freguesia de Seda, Alter e Chança; a Gerência do Intermaché; Sras. Presidente e Diretora Técnica do Centro de Apoio á Terceira Idade de Santo Estevão, em Chança. Srs. (as) Diretores da Associação Alter Runners. Agendada com responsáveis pela Companhia das Lezírias na Coudelaria de Alter e, a aguardar agendamento por parte do Lar de Seda, Presidente da Junta e do Grupo Social da Cunheira e outras previstas tais como por ex.º a M.A.SILVA 3, CORTIÇAS, S.A., a PRCAR, em Portalegre, etc.
Pelo que são e servem os Bombeiros, o objetivo destas reuniões passa por sensibilizar, solicitar contributos, ajudas mesmo, mas também de sermos informados do que nos últimos tempos conturbados eventualmente terá ocorrido de menos correto, por forma a ser corrigido. É necessário que todos e em conjunto, possamos ir planeando o presente e o futuro, a curto e médio prazo, na certeza de que não se admitirão mais falhas ou incorreções em serviço. O Código de Ética e de Conduta deveria estar presente em cada um, sem a necessidade de ter que ser “imposto”. Estamos atentos, atuaremos em conformidade.
Relativamente a informações ou esclarecimentos, poderão ser consultadas as respetivas Atas, publicadas na página oficial da Associação, sendo que esta Comissão está disponível para qualquer esclarecimento em sede e local próprio, em data e hora a acordar. Através do Facebook só será publicado o que for considerado necessário ou constitua motivação.
Á População em geral apelamos para que se tornem Sócios da Associação porque o interesse deve ser de TODOS NÓS, e que surja iniciativa e espírito de servir, para formar a curto prazo, os Novos Corpos Sociais, porque dos Bombeiros Todos precisamos quando menos esperamos.
Importa salientar, que todo e qualquer cidadão pode efetuar donativos em prol desta Nobre Causa, que é de Todos, sendo que a mesma produz efeitos na dedução dos Impostos Fiscais.
Por último, importa também na reflexão individual que ser Bombeiro é todo o ano e não só apenas quando dá jeito ou convém. Corpo Ativo tem o seu significado implícito na própria palavra. De que nos serve o número total de quem o integra no quadro se quando é preciso apenas comparecem no terreno quase sempre os mesmos. Não é menos verdade que alguns destes também só o fazem por necessidade de manter ou melhorar os seus rendimentos, prescindindo nomeadamente de férias e outras regalias mas correndo maiores riscos na época considerada mais critica dos fogos ou nas de cada vez mais e maiores intempéries.
Esperamos contar com Todos, pois Todos podem contar connosco, mas com paninhos quentes e sem uma visão estratégica não se vai a lado nenhum.
“Havia um importante trabalho a ser feito mas todo o mundo esperava que alguém o fizesse. Qualquer um poderia tê-lo feito, mas ninguém mais se apresentou a fazê-lo. Ao final todo o mundo criticou alguém quando alguém fez o que qualquer um poderia ter feito”.
Alter do Chão e AHBVAC, 14 de Fevereiro de 2024.